Práticas sustentáveis – é possível adotá-las também no food service?
De acordo com a IGI Global (editora acadêmica independente líder em pesquisa científica internacional) a definição para práticas sustentáveis é entendida como: processos que nossos serviços empregam para manter as qualidades valorizadas no ambiente físico. Viver de forma sustentável é viver dentro dos meios dos sistemas naturais (meio ambiente) e garantir que nosso estilo de vida não prejudique outras pessoas. Algo muito objetivo, porém de extrema complexidade.
As Nações Unidas (United Nations) têm como pauta de desenvolvimento sustentável 17 metas (Sustainable Development Goals – SDGs) para transformar o mundo até o ano de 2030.
Diminuir a fome, água potável acessível, saneamento básico para todos, energia limpa e inovação da indústria são algumas das metas nesta lista. Se observarmos com atenção, todas elas estão diretamente conectadas.
O que podemos fazer como indivíduos, profissionais e empresários do food service para contribuir com esta pauta, uma vez que todos compartilhamos do mesmo planeta? Na minha opinião, isso precisa começar na base da cadeia de produção dos alimentos, que é a grande força motora que move o mundo.
É importante motivar e garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, condições climáticas extremas, secas, inundações e outros desastres e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo. Com isso, já seria possível proteger e restaurar ecossistemas relacionados à água, incluindo montanhas, florestas, pântanos, rios, aquíferos e lagos.
Recentemente, fomos lembrados da força da natureza nos episódios das enchentes e deslizamentos que ocorreram no litoral norte de São Paulo.
Programas relacionados à água potável e saneamento, incluindo captação, dessalinização, eficiência hídrica, tratamento de águas residuais, tecnologias de reciclagem e reutilização, seriam maneiras de cooperar com a comunidade e gerar consciência na população. Energia Limpa é um dos temas extremamente importantes na pauta das SDGs.
Expandir a infraestrutura e atualizar a tecnologia para fornecer serviços de energia modernos e sustentáveis, programas de apoio e principalmente acesso universal a serviços de energia financeiramente acessíveis, confiáveis e modernos, agregaria muito neste tópico, ainda mais em tempos como o que estamos vivendo com a crise energética global.
Qual seria o caminho para contribuirmos com esta agenda da SDGs e inovarmos dentro das cozinhas profissionais?
O trabalho diário em uma cozinha envolve altos níveis de consumo energético (eletricidade e gás). Hoje, graças a tecnologia, é possível substituir os equipamentos de cozinha tradicionais que consomem muita energia em seus processos de cocção (grelhar, fritar, assar, cozer etc.).
Sistemas de cocção fechados evitam que o calor que emana das fontes de energia seja constantemente liberado no ambiente (chama aberta). Uma fritadeira usa menos de 40% dos 100% de energia que é investido na mesma.
Eficiência energética, em conjunto com sistemas de cocção inteligentes e precisos, podem gerar uma economia de até 70% em energia. Sem contar na redução dos custos em construção, obras, escoamento de água (calhas), sistemas de exaustão etc. Imagine poder fazer tudo isso evitando retrabalho (mais uso desnecessário de energia), desperdício de matéria prima e ainda obter a qualidade de cocção perfeita?
Está tudo conectado! Desde a produção dos alimentos na agricultura, no controle da operação dos meios de produção, no uso inteligente da matéria prima e da energia.
É possível sim, ser mais gentil com o meio ambiente, viver de forma sustentável e garantir que nosso estilo de vida não prejudique outras pessoas.
Fonte: Rede Food Service
28 de Abril de 2023Compartilhar
